Hoaxes: o que são e como evitá-los

Se você acessa com frequência a caixa de entrada do seu e-mail, já teve Orkut e agora tem Facebook, provavelmente já deve ter visto aqueles textos mal-escritos exibindo vários alertas acompanhados de alguma imagem, que saiam do nada e, em questão de minutos, já estavam em todas as linhas do tempo de seus amigos, e até você ficava incentivado a compartilhar essas correntes também. O problema é que todas essas mensagens de aviso eram falsas, algumas previam a vinda de Deus em uma certa data, mas quando esse suposto dia chegava, nada acontecia. O mesmo ocorria com as supostas "previsões" de que o mundo iria acabar no dia x, hora x, mas sem sucesso. Esses falsos alertas têm um nome: são os hoaxes, uma das coisas mais irritantes na internet. 

"Simple Alert" by Tokyoship - Own work. Licensed under CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons - https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Simple_Alert.svg#/media/File:Simple_Alert.svg

Teoricamente falando, os hoaxes são mensagens falsas que têm uma circulação massiva na internet. Os primeiros hoaxes apareceram nas caixas de entrada dos e-mails (e continuam aparecendo até hoje), e muitos deles continham algum texto ou história comovente com o intuito de persuadir e convencer quem o estivesse lendo. Ao final, havia um pedido para que a mensagem fosse repassada para o maior números de amigos. Até aí tudo bem, não é mesmo? Poder-se-ia dizer: "Ah, então basta ignorar tudo isso e marcar esse e-mail como spam", e é verdade. O problema é que algumas dessas correntes eram um tanto quanto ameaçadoras, avisando que se o que ela pedira não fosse feito, algo de ruim poderia acontecer. Dominada pela sensação de medo e inquietação, a vítima clicava no link exibido e tinha o seu computador infectado, senha roubada, números de cartão de crédito, etc. 

Quem tem o hábito de realizar compras pela internet já deve ter recebido vários e-mails, de pouca confiabilidade, alegando que a situação em um determinado banco precisa ser regularizada, e que para fazê-lo, basta clicar sobre o link que é fornecido e inserir as credenciais. Mas essa história pode não ter um final feliz: em vez de regularizar a suposta situação nesse tal banco, o cidadão que acreditou firmemente no alerta acaba se prejudicando ainda mais, e quando finalmente percebe que caiu no conto do vigário, já não há mais nada a fazer, infelizmente. Tendo isso em mente, resolvi fazer este tutorial para te dar algumas dicas de como identificar alguns hoaxes e não cair novamente nessas "pegadinhas do malandro".  

Pediu para compartilhar/repassar? Não o faça!

 

Esse é um dos passos mais óbvios a se seguir. Atualmente, a maioria das correntes aparecem no Facebook, e quase todas elas (senão todas) pedem para que aqueles que a leram compartilhem, para que, assim, possam convencer os outros a repassarem-nas também.

Em 2013, circulou um boato de que a rede social de Mark Zuckerberg passaria a ser paga, e em questão de dias, praticamente todos os meus amigos no Facebook já tinham esse post compartilhado em suas respectivas linhas do tempo. O motivo disso tudo? Simples: o texto dizia que se você não o publicasse em sua linha do tempo até um prazo estabelecido, o seu próximo acesso à rede social azul e branca não seria mais gratuito. Nem preciso dizer que esse foi um dos textos mais compartilhados -- e, é claro, falsos -- aqui no Brasil.

Dias se passaram e o acesso ao Facebook continuou a ser do jeito que sempre foi: gratuito. Fico feliz em saber que ajudei alguns de meus amigos a entenderem que era tudo mentira, que nada mais era que um simples hoax, e que não era para ser repassado.

O Facebook não vai dar cinco centavos a uma criança mediante o compartilhamento ou curtida na foto dela

  

Uma coisa bastante comum são aquelas fotos de crianças com alguma doença, cujas legendas afirmam que para cada curtida ou compartilhamento na publicação, o Facebook doará alguns centavos para a criança da imagem. Basta ter um pouco de pensamento crítico para descobrir que bastou a pessoa ir ao Google Imagens, pesquisar por "crianças com doenças graves", salvar uma imagem qualquer dos resultados exibidos, upar para o Facebook e criar um texto de cunho apelativo e emocional. O pior disso tudo é saber que brincam com assuntos sérios, com o intuito de ganhar alguns likes e shares.
  

Não, você não vai para o céu só porque compartilhou a foto de Jesus

 

Para aqueles que acham que o paraíso é perto, podem ir tirando seus cavalinhos da chuva. Em primeiro lugar, se deus existe, certamente não está preocupado com o que você publica ou não em sua timeline, e sim com as suas atitudes na vida real. Em segundo lugar, você não vai arder nas chamas só porque olhou para a foto dele e desceu a barra de rolagem, o scrolling ou, se você acessa pelo celular, empurrou o polegar (ou o indicador) de baixo para cima.

Trata-se de uma técnica muito utilizada por quem quer se popularizar na internet. Usar uma imagem sagrada com o objetivo de ganhar vários likes, e ainda acham que estão fazendo a coisa certa. Particularmente, nunca vi na Bíblia algum mandamento parecido com "compartilharás minha imagem nas redes sociais; do contrário, serás condenado".  

Verifique os erros gramaticais 

Os hoaxes podem conter muitos descuidos de português, e esse é um dos principais aspectos desses falsos boatos. Sempre observe se o texto contém uso inadequado da vírgula, se as palavras não foram acentuadas como deveriam, se ponto de exclamação foi muito usado, etc. Você não precisa ser um linguista profissional, basta ler com atenção e sempre ficar atento aos mínimos detalhes.
 

Grandes afirmações carecem de grandes fontes

   

Um tempo atrás, circulou outro boato de que o refrigerante Fanta Uva poderia causar câncer e problemas renais. Todavia esse alerta estava deveras contestável: era repleto de erros de grafia, não citava fontes, iniciava-se com o título "Perigo!! Urgente", e ainda citou nome de substâncias que sequer existem. No entanto, houve quem espalhasse a mensagem.

Assim sendo, é sempre bom verificar se os textos citam fontes fiáveis, links para noticiários ou pesquisas acadêmicas feitas por cientistas ou profissionais reconhecidos. E, na dúvida, não clique/curta/compartilhe, pois assim você permanecerá imune a qualquer tipo de praga virtual que aparecer.

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